[CRÍTICA] Uncharted: Fora do Mapa | Apesar de tentar, filme não consegue emular os jogos

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Quando se trata de adaptação de jogos para as telonas, o público em geral e os fãs do material original já estão um tanto quanto traumatizados. Com poucas exceções que deram certo, tais como Detetive Pikachu e Sonic, anúncios de filmes assim já chegam junto com muita desconfiança.

Infelizmente, com Uncharted: Fora do Mapa, as desconfianças se provam corretas.

No longa, Tom Holland encarna o querido protagonista Nathan Drake, que precisou se virar sozinho por anos, depois que seu irmão fugiu por conta das encrencas em que os garotos se metiam. Depois de ser encontrado e ter seus serviços de malandragem e conhecimentos de história contratados por Sully (Mark Wahlberg), os dois partem em uma jornada em busca de um antigo tesouro.

A premissa é boa. Um bom filme de aventura se sustenta em argumentos simples para criar motivações que levam à uma série de cenas absurdas, que podem entreter o público apenas pela ousadia, mas em Uncharted, as decisões básicas do roteiro chegam a incomodar.

O problema aqui é que os jogos em si já são extremamente cinematográficos, o que faz deles um sucesso, mas ao serem transportados para as telonas, isso cria um desafio extremo para todos os envolvidos na produção.

Em filmes como Uncharted, que não poderiam passar de ser comparados com Indiana Jones ou A Múmia, as cenas de ação precisam estar cada vez mais elevadas em relação a inventividade e embora a direção acredite que conseguiu atingir esse pico em alguns momentos, a maioria das cenas é genérica, não empolga e não estão bem balanceadas, visto que parece que deixaram toda a criatividade para o final.

Talvez o maior mérito do filme fique com certeza com o elenco. Holland consegue afastar a imagem de Peter Parker encarnando um personagem maduro, realmente condizente com a idade dele, que apresenta um tom totalmente oposto ao super-herói da Marvel, um feito que ele já havia alcançado em O Diabo de Cada Dia, provando sua versatilidade como ator.

Além disso, a parceria com Mark Wahlberg funciona bem já que a dupla de protagonistas cria uma relação convincente de tiozão e sobrinho saindo num rolê divertido e se metendo em confusões. O calcanhar de Aquiles infelizmente fica com Antonio Banderas, que entrega um vilão pouco inspirador, fraquíssimo e completamente desperdiçado.

Uncharted: Fora do Mapa pode agradar um público pouco exigente e até ser um filme aceitável, mas não é o tipo de filme que te dá vontade de rever, mesmo se estiver passando na televisão.