Fundação | O que você precisa saber antes de ver a série

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Eternos? Mutantes? Siderais? Robôs humaniformes? Não, não se trata de (mais) um novo filme da Marvel, mas de Fundação (Foundation), a série de ficção científica da Apple TV+, baseada nos livros de Isaac Asimov e prevista para estrear dia 24 de setembro de 2021 no streaming.

A trama de Fundação é movida pela ciência de Hari Seldon (Jared Harris), a psicohistória, conhecida por ser capaz de prever matematicamente o futuro das sociedades ao analisar o comportamento das grandes massas. A lógica é simples: assim como existem as famosas Três Leis da Robótica, que regem os comportamentos dos robôs nos livros de Asimov, existem as “Leis da Humânica”, que regem o comportamento geral dos seres humanos.

Após prever o declínio total do Império Galáctico e a disseminação da barbárie pela galáxia, Seldon decide criar uma Fundação de pessoas capacitadas para sobreviver durante esse período caótico preservando a cultura e, ao longo de várias gerações espalhadas por séculos, restaurar a ordem na galáxia.

Quando se trata das histórias da Fundação, a primeira dica é: não se apegue a ninguém. Embora Fundação não tenha os níveis de carnificina de séries como Game of Thrones, os livros avançam muito rapidamente no tempo, focando apenas nos períodos de crise da Fundação; ou seja, de uma crise para outra, é provável que o seu personagem favorito já tenha morrido de velhice.

A série provavelmente não será tão radical e deve se deter — especialmente na primeira temporada, que contará com 10 episódios — nas origens de Hari Seldon e nas primeiras crises enfrentadas por Salvor Hardin (Leah Harvey) na Fundação. Ainda assim, é importante entender que os personagens não duram tanto.

Além disso, por mais que a série deva investir um pouco mais em mostrar os momentos de ação que Asimov deixou de descrever com detalhes, Fundação é repleta de conflitos políticos e intelectuais. Muitas vezes, as crises são resolvidas com a astúcia em vez da violência. Vale lembrar que estamos falando de um autor que adora inserir personagens sociólogos e psicólogos que, por sua vez, desenvolveram tanto suas respectivas ciências que são altamente capacitados e prestigiados no futuro.

Nos livros, as histórias da Fundação pertencem a uma espécie de Asimoverso, sendo diretamente ligadas à Saga dos Robôs (por sua vez, ligada aos diversos livros de contos, como Eu, Robô), que mostra os primórdios da psicohistória, e indiretamente ligadas à trilogia do Império e ao Fim da Eternidade, outro romance do autor, totalizando cerca de 15 livros (além dos compilados de contos).

Portanto, caso a série faça sucesso, existe muito material para ser adaptado, até mesmo em spin-offs. Inclusive, um dos personagens mais amados da Saga dos Robôs e dos prelúdios da Fundação provavelmente estará na série desde a primeira temporada, indicando que a Apple TV+ deve estar disposta a abranger uma enorme porção do material de Asimov. Vale a pena conferir.