Irmão do Jorel | O desenho que transpira brasilidade

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Jorel é o menino mais bonito e popular da escola – além de ser super talentoso e ter a melhor risada dos desenhos. Porém, esse programa não é sobre ele! Irmão do Jorel (2014) é uma animação brasileira exibida pela Cartoon Network. O garotinho sem nome, que vive à sombra de seus irmãos, Nico e Jorel, tem altas aventuras com sua família; sua mãe Danusa (que é ginasta), seu pai Edson (que luta contra a opressão dos militares-palhaços) e suas avós, Gigi e Juju.

Descobri esse desenho através de uma indicação aleatória no Twitter e acabou sendo amor à primeira vista. A série se encaixou perfeitamente com o que eu buscava – uma narrativa leve, para me ajudar a passar o tempo nos trajetos de meus afazeres rotineiros. 

Os traços divertidos e cartunescos, somados com um ótimo trabalho de voz, criaram um universo muito divertido. Sem falar nos personagens secundários. O unicórnio Robson, Gesonel o mestre dos disfarces e o Mendigo dos Mares são só alguns dos exemplos.

Uma das coisas mais legais, é que como a produção é brasileira, existem referências que são “nossas”.

É muito legal assistir e ver coisas sobre a Festa Junina em uma animação. Tirando a Turma da Mônica, eu nunca tinha visto um desenho retratar esse tipo de festividade tão nossa, onde sempre víamos celebrações norte-americanas como o Halloween ou Dia de Ação de Graças. Esse desenho tem cheirinho de casa (aquela caneta com várias cores, que só a criança mais rica da escola tinha ou aquele estojo que fazia tudo), então é muito fácil de se identificar.

O roteiro é muito bem trabalho e as piadas são certeiras, seguindo o padrão Cartoon Network, que faz com que ela funcione com adultos e com crianças.

Os militares palhaços, os programas de televisão super-sensacionalistas e o refrigerante nacional que faz muito mal, mas todo mundo toma. Tudo é tão sutil e engraçado, que você nem percebe.

“EU SOU O MENDIGO DOS MARES e o que você chama de lixo é o meu lar!”

O roteiro funciona do jeito que conhecemos: uma situação normal acontece (o irmão do Jorel tem que ir para o Acampamento Brutal do Steve Magal), mas algo muito surreal vem em seguida (ele perde a hora e sua mãe começa uma perseguição alucinante em uma moto, para fazer ele alcançar o ônibus).

Depois de um tempo, a história deixa de ser algo isolado (o que não tornava ela ruim) e passa seguir uma história mais linear; e as coisas só melhoram! A gente se envolve cada vez mais com os personagens e até um vilão é criado – a malvada Shostners&Shostners, uma empresa que controla tudo.

“Come abacate, bem. Pra ficar com a pele bonita.”

A relação do irmão do Jorel com os amiguinhos é muito legal, principalmente com a Lara. Todas as crianças desse desenho são muito bem escritas.

A produção é uma animação brasileira com a nossa cara e referência. Além de muito boa, Irmão do Jorel retrata laços da nossa cultura e de toda a América Latina.