[ANÁLISE] Like a Dragon: Infinite Wealth | Uma obra-prima da Sega

Yakuza: Like a Dragon conseguiu se consagrar sendo um divisor de águas na franquia, mudando o seu combate e colocando um protagonista novo na série, porém com o lançamento de Like a Dragon: Infinite Wealth, o RGG Studio conseguiu melhorar ainda mais a fórmula do jogo anterior, já garantindo Infinite Wealth como um forte candidato a jogo do ano e também melhor RPG do ano.

Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name foi uma ótima volta às raízes da franquia, trazendo de volta a porradaria e nosso amado Kiryu, porém Infinite Wealth mostra que a franquia ainda tem muito ao que oferecer, principalmente em sua história e cast de personagens, que cresce à cada capítulo.

Em Infinite Wealth, tudo é maior, desde seu escopo, mapa, classes, minigames, bosses, grind e é claro sua história e respeito aos personagens antigos. O RRG Studio é conhecido por conseguir contar histórias extremamente densas e complexas, mas sem perder o humor e seu charme, se mantendo fiel às bizarrices da franquia e suas histórias repletas de reviravoltas.

Like a Dragon de sempre, só que fora do Japão!

Uma das grandes diferenças de Infinite Wealth para os demais jogos da franquia, é que ele não se passa inteiramente no Japão, com boa parte da trama acontecendo no Havaí. Iniciando exatamente após os acontecimentos de Yakuza Like a Dragon e em seus primeiros capítulos se encontrando com Gaiden, Ichiban embarca em uma aventura para o Havaí em busca de sua mãe, que até então estava dada como morta.

***Este trecho contém pequenos spoilers de Yakuza Like a Dragon, Infinite Wealth e Gaiden***

Após os acontecimentos de Yakuza Like a Dragon e com a dissolução da Yakuza, Kasuga e seus amigos ficaram extremamente populares, com Ichiban ganhando o título de “Herói de Yokohama”. Ichiban, agora como um ex-Yakuza, tenta levar uma vida pacífica e está trabalhando em uma agência de emprego e com a ajuda de Adachi e Nanba, está ajudando ex-Yakuzas a se reintegrar na sociedade com novos empregos, pois esse era o desejo de seu falecido mentor e uma das suas figuras paternas: Masumi Arakawa.

Apesar de parecer uma tarefa fácil no papel, é extremamente complicado arrumar trabalho sendo um ex-membro da Yakuza. Até mesmo na vida real o Japão possui leis extremamente rígidas contra pessoas que já foram ligadas à Yakuza. Após ajudar alguns antigos membros da Yakuza, Ichiban acaba recebendo um exposed através de uma V-Tuber extremamente popular no Japão, que alega que ele estaria compactuando novamente com o mundo obscuro da máfia, fazendo ele perder sua reputação e emprego, afetando até mesmo seus amigos mais próximos.

No meio de toda repercussão negativa, vemos Ichiban tendo dificuldades em entender como funciona o mundo da internet, até que ele recebe uma mensagem de Jo Sawashiro, patriarca da Família Arakawa e ex-tenente da Aliança Omi, revelando que sua mãe, Akane, não morreu e pede que Ichiban vá para o Havaí encontrá-la. 

Como em todo bom drama japonês, nem tudo são flores, pois ao chegar no Havaí, Ichiban acaba descobrindo que sua mãe está desaparecida e que não somente ele está atrás de Akane, mas sim todas as gangues da região. Apesar de todos os acontecimentos, Ichiban acaba se encontrando com seu grande amigo e agora parceiro de batalha. Kazuma Kiryu, que também está no Havaí em uma missão secreta da Daidoji.

Mundo grande e detalhado!

Se você for um veterano da franquia ou até mesmo alguém que só jogou Yakuza Like a Dragon, você está no paraíso. Infinite Wealth é um jogo extremamente denso em atividades, detalhes e imersão. 

Apesar do RGG Studio ser relativamente novo em  desenvolver RPG, aqui eles não reinventaram a roda, mas  elevaram a fórmula do último game. Em todo beco da cidade existe algum ponto de interesse, item, colecionável, minigame ou até mesmo um miniboss com seus capangas aguardando por um bom desafio.  

O game possui um total de 25 classes, algumas específicas para gênero do personagem. Todas elas inspiradas em algum trabalho ou atividade “praiana”, com destaque ao Aquanauta (surfista), que virou uma minhas classes favoritas do jogo.

Fora os confrontos com inimigos, nós temos as famosas sub histórias da franquia. Em Infinite Wealth são um total de 52 pequenas histórias que agregam bastante a imersão de Ichiban no Havaí. O interessante é que diferente da maioria dos jogos, as missões não são somente ir do ponto A até o ponto B, com todas sendo bem estruturadas e algumas com seus minigames próprios e com diferentes desfechos para cada história. 

No combate, vale o destaque a nova dinâmica de posicionamento de personagem, onde agora é possível posicionar time dentro de um pequeno espaço durante o seu turno. 

A vantagem nisso? Caso você acabe empurrando um inimigo para perto de um aliado, ele irá acabar atacando no mesmo turno, fazendo assim aumentar e muito o dano que o oponente leva. Outra coisa bem interessante é que com o posicionamento, fica mais fácil a utilização do cenário durante as batalhas, pois você pode chegar perto dos itens com mais facilidade. 

Outro ponto muito interessante é a parte de interatividade social com os companheiros que dessa vez está bem mais densa e detalhada. A novidade na parte social está no Bingo, onde podemos ir em alguns pontos de interesses marcados no mapa para rolar uma pequena conversa com o companheiro, dessa forma completando o  tabuleiro do bingo e ganhando bonus de experiência na relação com aquele personagem. 

Após a finalização do bingo, é liberado um diálogo exclusivo bem interessante que faz parte do desenvolvimento do personagem. Os personagens disponíveis para o bingo são: Eric Tomizawa, Chitose Fujinomiya, Nanba Seonhee, Saeko Mukoda, Koichi Adachi  e Tianyou Zhao.

Novos minigames e atividades

A franquia é famosa por suas diversas missões secundárias bizarras, porém uma coisa que realmente chama atenção em Inifinite Wealth é a sua infinidade de minigames, indo desde os grandiosos arcades da Sega, UFO catcher(máquina de pegar ursinho), Karaokê, Shogi, Oichi-Kabu, Golf, Baseball, Blackjack,Mahjong, Dardos até mesmo uma escola profissionalizante, entrega de comida, paródia de Pokémon e Animal Crossing.

Os grandes destaques na parte dos minigames dessa vez ficou com: Entrega Doida, Sujimon e Ilha Dondoko.

• Entrega Maluca: É uma paródia do clássico Crazy Taxi, onde Ichiban deve realizar entregas de fast food dentro do tempo estipulado da maneira mais “radical” possível, executando manobras para ganhar mais pontos.

• Ilha Dondoko: Possivelmente o maior minigame de toda franquia, a Ilha Dondoko é fortemente inspirado em Animal Crossing e facilmente seria um jogo à parte. Aqui, Ichiban tem que gerenciar e customizar uma ilha resort, onde você pode personalizar da maneira que achar mais interessante e a ideia central é trazer mais habitantes para sua ilha e com isso ir melhorando ela aos poucos, assim como é na consagrada franquia da Nintendo.

• Sujimon: Uma paródia super divertida de Pokémon. Aqui, Ichiban novamente recebe a missão do Professor Sujimon de catalogar todos os inimigos durante a sua jornada, porém com um pequeno plot, o professor acaba envolvendo Ichiban na liga Sujimon, que funciona basicamente como a liga Pokémon, onde Ichiban deve capturar os Sujimon’s, participar de batalhas e subir seu ranking na liga até chegar no topo e ser o campeão mestre Sujimon!

Foi adicionado também um modo com uma Dungeon aleatória, que serve para você fazer um pequeno grind de Itens e XP caso você queira mais facilidade nas batalhas mais complexas do jogo.

Performance

Um grande ponto positivo de Infinite Wealth é a sua otimização, tanto nos consoles da geração passada quanto da geração atual. Na geração passada, o jogo foi otimizado para rodar em 1080p a 60fps e na geração atual o game performa a 60fps sólidos em 4K.

Já no PC, os requisitos para rodar o game são bem amigáveis e possivelmente irá rodar na grande maioria das máquinas. Tivemos a chance de testar o game no Steam Deck e mesmo no aparelho portátil da Valve conseguimos um balanço entre bons gráficos e estabilidade, tudo graças ao game já vir com o FSR 3.0 e Frame Generator.

Requisitos Mínimos

• SO: Windows 10 1903 (OS Build 18362)
• Processador: Intel Core i5-3470, 3.2 GHz ou AMD Ryzen 3 1200, 3.1 GHz
• Memória: 8 GB de RAM
• Placa de vídeo: NVIDIA GeForce GTX 960, 4 GB ou AMD Radeon RX 460, 4 GB ou Intel Arc A380, 6 GB
• DirectX: Versão 12
• Armazenamento: 82 GB de espaço disponível
• Placa de som: Dispositivo de áudio compatível com Windows
• Outras observações: 1080p Low @ 30 FPS FSR 1.0 no equilibrado, requer um CPU que suporte instruções AVX e SSE4.2

Requisitos Recomendados

• SO: Windows 10 1903 (OS Build 18362)
• Processador: Intel Core i7-4790, 3.6 GHz ou AMD Ryzen 5 1600, 3.2 GHz
• Memória: 16 GB de RAM
• Placa de vídeo: NVIDIA GeForce RTX 2060, 6 GB ou AMD Radeon RX 5700, 8 GB ou Intel Arc A750, 8 GB
• DirectX: Versão 12
• Armazenamento: 82 GB de espaço disponível
• Placa de som: Dispositivo de áudio compatível com Windows
• Outras observações: 1080p High @ 60 FPS com ou sem FSR, requer um CPU que suporte instruções AVX e SSE4.2

Conclusão 

Ainda que Like a Dragon: Infinite Wealth traga diversas DLCs como boost de classe e status, classes específicas pagas e também bloqueio do NewGame+ somente para quem comprou uma versão mais cara que a versão base, ele é um forte candidato a jogo do ano e também ao título de melhor RPG do ano, sendo um dos, se não o melhor jogo de toda a saga Yakuza/Like a Dragon, fazendo justiça com todo o legado da franquia e melhorando tudo que já foi feito no passado. 

Para quem nunca jogou nenhum game da saga, não recomendamos iniciar sua aventura diretamente pelo Havaí, pois é necessário ao menos conhecimento dos acontecimentos de Yakuza Like a Dragon.

Like a Dragon: Infinite Wealth já está disponível para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC via Windows e Steam.

*O Cromossomo Nerd agradece a Theo Games e Sega por disponibilizar uma cópia do jogo para análise!