[BGS 2018] Avenida Indie | Muita diversão e pouco espaço

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A Brasil Game Show é a maior feira de games da América Latina, chegando a sua 11ª edição! Todos os anos, o evento conta com empresas famosas no mundo dos jogos: Xbox, Playstation, Nintendo, Activision etc. 

Claro, além dos produtos mainstream que todos conhecemos e amamos, existe uma área específica para os jogos alternativos – A Avenida Indie. Sem muito dinheiro e produzidos por poucas pessoas, existem muitas pérolas escondidas nesse mundo.

Eles são o contraste dessa indústria de jogos gigantescos; com criatividade para burlar as limitações, a maioria dos produtos prezam pela originalidade do material. Undertale, Dandara e Knights of Pen and Paper são só alguns exemplos disso – gameplay e combate diferenciados fazem de jogos simples uma experiência divertida e única.

Inclusive, a área indie da BGS é sempre a menos lotada: Sexta-feira, terceiro dia de evento e em pleno feriado, conseguimos jogar uns cinco jogos em 2 horas – que as vezes é o período de fila em outros estandes de jogos AAA. Supervolley, Lenin the Lion e Try Die Repeat foram umas das coisas mais legais da feira.

Supervolley, é tipo um Super 11 do vôlei. É um jogo multiplayer – de até quatro pessoas, onde jogamos usando monstros, alienigenas e personagens brasileiros que deixam a jogabilidade mais interessante com seus ataques especiais. É uma partida normal do esporte, mas você pode se teletransportar para a bola, dar chutes magníficos e soltar raios; Perfeito para uma tarde com os amigos.

Em Try Die Repeat – que me lembrou muito Super Meat Ball, precisamos usar a morte em nosso favor, enquanto jogamos na pele de um robôzinho simpático. A cabeça de seus clones mortos, podem servir de escada para você passar de fase, ou segurar o botão que mantém a porta aberta.

Lenin the Lion foi o que mais chamou atenção. O jogo fala sobre depressão e interações sociais na pele de Lenin – um leão albino; sem batalhas e com muita profundidade, esse jogo merece um artigo só para ele.

Depois de tudo isso, já é fácil aceitar que a área alternativa do evento é um respiro para quem cansou das longas filas. Divertida e diferente, você vai achar muita coisa legal por lá.

Infelizmente, com o passar dos anos, essa parte da feira vem ficando cada vez menor – nessa edição, foi só uma pequena avenida, com pouco espaço para andar, mesmo tendo muita coisa para testar lá; um lugar escondido em meio a grandiosidade do resto.

Isso é preocupante de certo modo, já que muitos programadores buscam nesse universo uma chance de mostrar sua ideia e fazer seu nome – foi assim com Braid em 2008 e foi assim com Undertale em 2015. Dois clássicos da indústria e que foram idealizados por uma pessoa só. É necessário dar apoio a esse tipo de material.

Claro, não estamos dizendo que os jogos mainstream não são bons, eles são ótimos – Battlefield, Red Dead Redemption, Devil May Cry, Kingdom Hearts; games de altíssima qualidade e a nata dessa indústria. Mas mesmo assim, todos os anos jogos caríssimos e sem nada de novo são lançados – as vezes, um insulto para a inteligência do usuário.

Sem falar no preço atrativo dos jogos – em um mundo onde qualquer produto custa de R$ 100 a 300, na Steam, encontramos muita coisa por menos de R$ 50,00. 

Além de um escape para a feira lotada, os jogos alternativos são um prato cheio para tirar seu tédio no fim de semana e sem te fazer gastar muito. Afinal, os vídeo-games são uma invenção maravilhosa que não para de unir pessoas e os jogos indie levam esse conceito ao pé da letra.