[CRÍTICA] Doutor Sono | Uma melhoria para “O Iluminado” de Stanley Kubrick!

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40 anos depois, uma obra que marcou a história da literatura, pelas mãos do mestre Stephen King – e do cinema, pela visão de Stanley Kubrick, retorna com uma continuação que expande seu universo à novas proporções. O Iluminado volta aos holofotes (de onde nunca saiu) com a sequência em Doutor Sono, que mostra como as vidas de Danny e sua mãe, Wendy, se seguiram após o surto de horror no Hotel Overlook.

O novo longa já se inicia praticamente onde o ataque de Jack Torrance (Jack Nicholson) cessou. Com um novo elenco interpretando os personagens de Shelley Duvall e Danny Lloyd, vimos a apresentação da nova trama em que Danny se envolve. Ainda atormentado pelos acontecimentos no Overlook e entendendo mais sobre seus dons conhecidos como “iluminação”, o garoto passa a controlar melhor suas habilidades para tentar deixar o trauma para trás.

Mas a nova trama amplia o universo da história original, apresentando antagonistas tão perigosos quanto os fantasmas do hotel assombrado. Os membros do Nó (True Knot, no original) são seres antigos, que caçam crianças que possuem a iluminação e quase que literalmente comem o dom delas, a fim de continuarem jovens e poderosos. Liderados pela impiedosa Rose da Cartola (Rebecca Ferguson), o grupo acaba tendo conhecimento de uma criança poderosa demais que poderia dar a eles um estoque imenso desse poder. E é aí que o Danny de Ewan McGregor ganha sua função em Doutor Sono.

Para quem ama e conhece O Iluminado, é possível perceber que tudo visto em Doutor Sono é capaz de homenagear e até mesmo melhorar o que é mostrado no original de 1980. O filme é bem longo, possuindo duas horas e meia de duração – e pode parecer um pouco arrastado, mas é necessário para introduzir a grande quantidade de informações vistas no roteiro. O longa consegue ainda tornar o pesadelo visto no Overlook muito pior do que realmente foi mostrado por Kubrick. Desde as assombrações do hotel à mitologia dos Iluminados e suas funções, que recebem novos detalhes que aprofundam um pouco mais esse universo adaptado dos livros de Stephen King.

Em meio a muitos fan services, homenagens e algumas melhorias, talvez apenas o ritmo meio desengonçado dos acontecimentos e a personalidade (ou atuação) um pouco robótica de McGregor sirvam de deméritos para Doutor Sono, mas que não prejudicam o filme no geral. O longa acrescenta e muito ao mundo dos Iluminados de Stephen King e com certeza vale a pena um ingresso comprado.