[CRÍTICA] Gavião Arqueiro – 1ª Temporada | GAVIGOD É F*#A, BRO!

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Desde a chegada das séries da Marvel Studios ao Disney+, muitos fãs ficavam com um pé atrás por diversos motivos. Com WandaVision, o excesso de expectativas e as teorias absurdas acabaram atrapalhando a experiência, Falcão e Soldado Invernal foi a que mais se aproximou de receber o carinho total dos fãs, mas o final apressado acabou tirando seu brilho, Loki se sustentou apenas no amor dos fãs pelo personagem, para entregar uma trama complicada até demais e que decepcionou mais do que agradou, e What If…?, embora muito original, não chamou atenção e também teve um final que deixou a desejar.

Com isso, chegamos a Gavião Arqueiro, que provavelmente era a série menos esperada de todas as que já foram anunciadas, mas surpreendentemente, ela é a melhor série da Marvel. Sim, isso mesmo que você leu. Gavião Arqueiro é a melhor série da Marvel Studios. Finalmente, o GAVIGOD teve o destaque que tanto merece, mas isso não é tudo.

Pé no chão do jeito certo

Completamente inspirada nas histórias de Matt Fraction David Aja, a série já se destaca em relação às outras por abordar um núcleo pouquíssimo explorado no MCU, o submundo do crime e os heróis urbanos. Com as séries da Netflix no limbo, os fãs ficaram órfãos desse estilo, e foi ótimo ver a Marvel Studios retornando à essa parte das histórias da Casa de Ideias. A trama de Gavião Arqueiro pode não ser a das mais empolgantes ou originais, especialmente quando a produção tenta emular o clima natalino de filmes de ação como Duro de Matar, mas é nos pequenos detalhes e na interação dos personagens que a série se destaca, não somente em relação às outras séries do MCU, como até mesmo de alguns filmes daquele universo.

Além da trama, outra questão bem mais pé no chão e menos mirabolante são as cenas de ação, algo que também faz um pouco de falta às vezes. A pancadaria da série de Clint Barton (Jeremy Renner) tem momentos de brilho, especialmente no ótimo uso das habilidades de arco e flecha do herói e sua pupila, que particularmente creio que se destacam em relação às outras produções da plataforma.

Além disso, a produção aproveita das referências para criar situações muito interessantes, como o caso das flechas Pym. Esse bom uso dos equipamentos, das habilidades de espião da SHIELD e da pancadaria mais urbana, fazem com que Gavião Arqueiro tenha uma aura advinda das produções da Marvel na Netflix, que todos sabemos que estão voltando aos pouquinhos (Quem viu Homem-Aranha: Sem Volta para Casa sabe bem do que estou falando).

Eu te amo, Kate Bishop. Eu te amo.

Outro importante destaque, e provavelmente a melhor coisa da série, é a chegada de Kate Bishop, pupila de Clint, vivida de forma espetacular por Hailee Steinfeld. A escolha da Marvel é uma daquelas que os fãs dirão no futuro que “não conseguem ver outra pessoa vivendo essa personagem”, coisa que aconteceu com ícones como Robert Downey Jr. e seu Tony Star/Homem de Ferro e Hugh Jackman com Wolverine. A interpretação de Hailee intercala extremamente bem entre a inocência de uma jovem recém chegada a esse mundo de heróis e vilões e uma mulher buscando se provar. Sem falar no lado fangirl da personagem pelo Gavião Arqueiro, que é mostrado de forma simples e sutil, fazendo com que isso seja crível e extremamente fofo.

Junto de Kate, temos também a participação do cãozinho Lucky, ou Pizza Dog, um personagem extremamente fofo e cativante tanto nos quadrinhos quanto na série, mesmo aparecendo pouco. As participações do pequeno, além de darem uma aliviada em muitos momentos de tensão, trazem um pouco do ar e espírito natalino do período em que a história se passa, fazendo de Lucky uma excelente surpresa.

Claro, ainda temos outras ótimas adições ao MCU no elenco, como Alaqua Cox no papel de Maya Lopez, a Eco, que já tem sua série confirmada e que, além de ser uma personagem com um núcleo bastante interessante, marca o excelente ano da Marvel Studios no quesito representatividade. Além dela, temos Vera Farmiga, conhecida pelos filmes da franquia Invocação do Mal, que, pelo menos segundo muitos rumores, pode se tornar alguém muito mais importante no futuro do universo da Casa de Ideias, e falando em futuro…

Pode vir, Rei do Crime!

Assim como as outras produções, Gavião Arqueiro não deixou de nos trazer surpresas, e considero estas as mais bacanas das séries da Marvel até o momento. Primeiro, por ser a primeira vez que temos de fato uma ligação direta entre filmes e séries, onde a resolução da cena pós-crédito de Viúva Negra, é interligada com a série, e ver Florence Pugh de volta como Yelena Belova é gratificante, especialmente graças às suas interações com Kate Bishop, que fazem com que qualquer fã da Marvel queira uma produção estrelada pelas duas imediatamente (FAÇA SEU TRABALHO, ZÉ BONE!).

Pena que o mesmo não pode ser dito da interação de Yelena com o Gavigod, que não consegue corresponder às expectativas dos fãs que queriam ver uma solução mirabolante de Barton para o problema. No fim, tudo o que temos é um “salve Martha”, que ao menos é melhor que o original.

Por fim, é claro, a Marvel Studios deixou a grande surpresa escondida o máximo que pode. E cá estamos com a volta de Vincent D’Onofrio como Wilson Fisk, o Rei do Crime. Apareceu pouco? Sim. Mas cada segundo do personagem em cena mostra o porque Fisk é um dos maiores antagonistas da Casa de Ideias, pois sua imponência e tom ameaçador são de causar arrepios em qualquer pessoa que ouse apenas passar na sua frente.

Além disso, claramente a nova versão do vilão se assemelha mais à sua contraparte nos quadrinhos, sendo extremamente mais forte e resistente, o que torna as possibilidades para o futuro ainda maiores. E não se enganem com aquela cena final, não é o fim do reinado… E talvez, Eco seja o próximo destino do “Tio”.

Gavião Arqueiro chegou como quem não queria nada, ganhando aos poucos o coração dos fãs que acompanharam a jornada de Clint e Kate, A série pode até ter uns tropeços no meio do caminho, mas isso é clássico do herói, que sofreu a torto e a direito ao longo dos seus 10 anos de MCU, até receber o destaque que merece.

Agora, fico feliz em dizer que é uma jornada agradável, divertida, alucinante e com muita cara de um futuro que a Marvel Studios pode trazer muito em breve, tanto com Kate Bishop, quanto com Mulher-Hulk, Cavaleiro da Lua e, espero muito, um certo advogado