[CRÍTICA] Os Inocentes | Netflix e os reptilianos

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Os Inocentes é a mais nova série sobrenatural da Netflix! Aqui, a adolescente June (Sorcha Groundshell)foge de casa ao lado do namorado, Harry (Percelle Ascott) e  descobre que pode “copiar” outras pessoas. O fenômeno acontece quando ela entra em um estado de emoção intensa e toca em outra pessoa, tomando sua forma e deixando a “vítima” em estado vegetativo, até que tudo volte ao normal.

Totalizando oito episódios – com lançamento marcado para hoje, 24 de Agosto, Os Inocentes tem um começo de temporada bem lento, com algumas informações soltas sobre o que seriam os “shifters”. Logo depois do episódio três, nós conseguimos ter uma noção bem maior desse universo; o clima tradicional de sci-fi e suspense tomam conta da série, deixando-a com um charme familiar.

A lentidão no início da temporada também é explicada; a maioria dos plots são conectados e precisavam de um certo tempo para que pudessem fazer sentido, necessitando de uma calmaria – e não de fugas policiais. Em meio a tantas informações e diferentes núcleos, o espectador pode ficar perdido, mas nada que estrague a experiência – o contrário do que aconteceu na primeira temporada de THE OA, também da Netflix.

A direção impressiona demais e juntamente com a edição, dão uma dinâmica muito legal quando as “trocas” acontecem. A trilha sonora fica na cabeça e o roteiro, apesar de não impressionar, abre espaço para os atores trabalharem. Falando em atuações, são essas que dão o toque final para a obra.

Tirando alguns pequenos coadjuvantes, todos os atores estão muito bem e confortáveis com seus personagens – até mesmo os dois adolescentes.  Guy Peacer está muito bem como Dr. Halvorson e nós nunca sabemos qual sua real intenção, que se divide entre estudar e até ajudar os shifters.

Infelizmente, além da lentidão que cerca o começo da série, ela também tem outros problemas: o romance adolescente. Lembra de Crepúsculo? Onde o Edward e a Bella superam todas as barreiras sobrenaturais em nome do amor? Acontece a mesma coisa com o nossos protagonistas e claro, isso não é um problema grave, mas o excesso dele incomoda e, às vezes, quebra o clima – além de ir em contrapartida em relação ao público-alvo da série.

Apesar disso, esse romance nos traz discussões bem relevantes sobre as trocas. Eles fogem um pouco do clima sci-fi para estudar a cabeça da jovem June, que vai se descobrindo em cada acontecimento. O principal gancho deixado para a próxima temporada é que as habilidades de June podem transformá-la muito mais profundamente do que ela imagina.