[ANÁLISE] Jump Force | Fazer um bom jogo pode ser um pouco… duro, as vezes!

0
1194

Jump Force, o novo jogo de luta da Bandai-Namco, reúne diversos personagens da revista Shonen Jump e nele, podemos formar equipes, lutar online e montar nosso próprio personagem. A junção de clássicos dos animes (tais como Goku, Naruto e Luffy comandando três equipes diferentes), somados à uma jogabilidade de combate frenética, deveriam ser suficientes para garantir um jogo excelente, mas não é bem isso o que acontece.

Infelizmente, Jump Force nos foi entregue cheio problemas, que deveriam ter sido resolvidos na versão BETA – quase o mesmo que aconteceu com Fallout 76, da Bethesda.

Para começar, o visual do jogo já te desanima. Embora a proposta seja colocar esses personagens em cenários hiper-realistas, o resultado acaba sendo similar ao de títulos de gerações anteriores, com desenhos cartunescos mal feitos; os personagens não abrem a boca para falar e o cabelo deles chega a ser um verdadeiro pesadelo em alguns momentos, tanto em termos de movimentação quanto de texturização.

Para piorar, existem diferenças visuais grotescas entre os personagens e os cenários – como se o jogo não tivesse sido finalizado por completo. 

O visual não ajuda e o modo história é quase vergonhoso de se assistir. Ao criar seu boneco, você acorda em uma luta entre Goku e Freeza e, por alguma razão, te chamam para participar da Jump Force – uma organização entre os universos, que os livra de inimigos conhecidos como venoms.

O diretor te explica, em detalhes, como a operação funciona e pronto! Você é oficialmente um membro, vá escolher um time e derrotar monstros. É, sem mais nem menos, chamam um desconhecido para o grupo e é isso, como se faltasse criatividade aos roteiristas.

O nosso primeiro contato com o game foi na Brasil Game Show de 2018 e desde lá, a experiência não havia sido boa. Claro, muitas coisas estavam envolvidas, como o processador do console (Xbox One S) e o fato de que o jogo não estar desenvolvido por completo. Porém, muitos problemas permaneceram na versão final e atrapalham a experiência.

Além de travar muitas vezes durante o combate, existe um grave problema para o PS4: o excesso de loadings. A cada duas cutscenes em sequência, existe um loading de pelo menos vinte segundos. As vezes, a tela de carregamento abre durante uma cena no mesmo cenário, cujo só os personagens mudam.

Isso quebra o clima de jogabilidade e prejudica sua imersão – já que o excesso de cutscenes chega a ser massante. Muitos usuários de PC não tiveram o mesmo problema. 

Outro foco importante é a jogabilidade limitada; Jogos de luta costumam ter diversos tipos de combo, que incluem a combinação de botões e golpes mortíferos. Em Jump Force, você só precisa de três. Ah, e nada de sincronia entre eles, só clique várias vezes em cada um até carregar sua barra – assim, pode usar golpes especiais. É divertido de jogar, mas ao mesmo tempo é cansativo e exige pouco dos jogadores, algo como se estivéssemos apertando uma sequências de botões para dar início a um vídeo.

O modo online também tem diversas falhas e, as vezes, é difícil de se divertir com os amigos – de novo, coisas que deveriam ter sido resolvidas em fases de teste.

É bacana interagir com seus personagens preferidos e também legal vê-los interagir entre si – ver o Naruto e o Luffy conversando foi demais, mas infelizmente, nenhum produto consegue se manter apenas com o fanservice.

Jump Force não é de todo ruim, é apenas mais um jogo mediano, que nos foi vendido como uma experiência única e espetacular, o que não é o caso. No fim das contas, temos um amontoado de personagens famosos, reunidos com um propósito pífio em um jogo que poderia ter sido melhor lapidado em termos gráficos e de jogabilidade.

Jump Force foi lançado dia 15 de fevereiro para PS4, PC e Xbox One.