[CRÍTICA] Stranger Things – 4ª Temporada Vol. 1 | Abraça o terror e o mistério do jeito certo

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Depois de anos de espera, finalmente a Netflix nos trouxe de volta uma das suas séries mais adoradas pelos fãs. Com uma estrutura diferente no seu quarto anoStranger Things prometia abraçar mais o terror e se aprofundar ainda mais no mistério envolvendo o Mundo Invertido e tudo o que o mesmo causa na cidade de Hawkins. Além disso, com a já confirmada quinta e última temporada, o novo ano também teve uma importante tarefa: Começar o Fim.

Dividido em dois volumes, Stranger Things 4 não somente começa muito bem a reta final da série, como também talvez seja a melhor temporada até então. Como alguém que achou os últimos dois anos bem aquém do que fora seu ano inicial, foi uma alegria imensa retornar à Hawkins e sentir a mesma tensão e estar envolto no mistério igual ao primeiro ano da produção.

Não estamos mais apenas em Hawkins

Uma das frases usadas para o marketing do novo ano foi que “Não estamos mais em Hawkins”, alegando que a trama de Stranger Things agora teria maiores proporções. De fato, o volume 1 te dá essa sensação de estarmos em um território bem maior, especialmente pelo fato de várias tramas e personagens estarem em locais bem diferentes do que a pacata cidade que é centro de toda a história da série.

Com isso, os Irmãos Duffer,criadores da produção, conseguem através de todos os episódios da primeira parte, que possuem mais de uma hora de duração, não somente explorar melhor as diversas tramas e personagens envolvidos na série, como também desenvolver melhor alguns detalhes que precisavam ser aprofundados para chegarmos ao desenrolar do novo ano.

Claro, o foco principal de Stranger Things ainda é o Mundo Invertido, que ainda abala Hawkins em todos os sentidos, e a série não perdeu seu foco em momento nenhum. Ao que tudo indica, todas as tramas exploradas estão sendo levadas para algo grandioso e perigoso, quase como um grande evento digno do Universo Cinematográfico Marvel. Com a escala se elevando a todo o momento, temos aquela sensação de que tem algo muito maior vindo, além da própria Stranger Things elevar um outro aspecto seu…

Chegamos no Terror, e isso é bom demais

Desde a sua estreia, Stranger Things não escondia a sua inspiração em diversos filmes de terror clássicos, e isso está ainda mais em evidência neste novo ano. Com várias referências a clássicos como Hora do Pesadelo, Carie – A Estranha e Poltergeist, mesmo que não cause o mesmo número de sustos, é fato dizer que dessa vez a série abraçou totalmente o que ela sempre se inspirou, com momentos tensos e de suspense que causarão arrepios em muita gente. Junte isso com cenas gráficas chocantes desde o primeiro episódio e temos o que, para mim, é o melhor ano da série em relação ao seu teor de terror.

Além de mergulhar de vez no seu gênero de inspiração, um fator interessantíssimo para se destacar desta tão esperada volta de Stranger Things é a excelente construção de roteiro, com um mistério que, mesmo que pareça muitas vezes que não vai dar em lugar nenhum, consegue envolver o espectador até nos mínimos detalhes, desde diálogos curtos mas que incitam a curiosidade, até mesmo o simples fato de que existe muito a ser desvendado, especialmente em relação ao emblemático Vecna, novo grande vilão da história.

Lidar com traumas e amadurecer

Mesmo abraçando a fundo esses dois fatores fictícios, a série também consegue não deixar de lado sua parte mais humana, abordando muito bem o amadurecimento dos seus personagens e como eles estão atualmente no mundo em que vivem. Com isso, os diretores e o roteiro intercalam bem a mistura entre cenas emocionantes e de deixar o coração quentinho, com momentos tensos e que vão te fazer ficar na ponta da cadeira.

Junto disso, outro fator importante do novo ano é a resolução de traumas, algo que já vinha acontecendo desde Hopper e sua filha na primeira temporada, mas que agora tem mais profundidade graças a, obviamente, os acontecimentos anteriores da série, como também ao novo vilão, cujas vítimas possuem uma ligação enorme com o tema em si. E isso me leva a outro ponto…

A batalha final será maior do que se imagina

Desde os seus primeiros minutos, o quarto ano de Stranger Things mostra para onde estamos caminhando: Um final extremamente épico e gigantesco, não somente no quesito de batalhas ou algo assim, mas também no ponto emocional. O novo ano quer te fazer evoluir junto dos personagens sobre um tema extremamente importante que é a saúde mental, e isso com certeza nos trará tanto momentos incríveis como momentos de cair as lágrimas no futuro.

Stranger Things retornou com os dois pés na porta em seu quarto ano, e ao que tudo indica ainda tem muito mais a oferecer. O Volume 2 e a futura quinta temporada tem a faca e o queijo na mão para, não somente dar um final digno para a série, como também para colocá-la no topo de melhores finais da televisão.